terça-feira, 19 de outubro de 2010

Envelope branco .


Ontem bateu uma saudade de tantas coisas boas que vivei  ao lado de  muitas  pessoas  especiais que conheci  ao longo  do me u caminho. Tantas conversas , festas , brincadeiras , tudo  tão belo  , único  e marcante . Senti falta também de lágrimas emocionadas e palavras que saíram entrecortadas pelo  nervosismo . Recordei trechos de cartas que escrevi , pra falar dos meus sentimentos ...pra declaras coisas que não tive coragem de assumir de viva voz.
     Deu-me  vontade  de  abrir  aquela  caixa  branca  que  guardei  na  prateleira mais  alta do meu armário  de  roupas ...Onde  estão  os  cartões , cartas , convites , bilhetes  que recebi   tão carinhosamente  ao longo de anos ...de  pessoas  tão  diversas , em datas  tão  variadas ...Guardanapos  com lindos dizeres  escritos em momentos  de descontração ...guardados  como os mais preciosos pergaminhos...Tanta  lembrança  , tanta história  encerrada numa simples caixa branca ...lá devem haver coisas  que nem eu  lembro mais que existem ...Mas  não vou abrir ... Já há nostalgia demais  em meu coração hoje...Vou  ficar aqui  quietinha   sentindo   a  brisa  de a saudade  tocar  meu rosto  e ir embora deixando em mim  a doce sensação  de  carinhos  outrora sentidos...De afagos  em outros tempos oferecidos .
      Talvez  seja mais um momento  de  guardar   algo naquela caixa branca  ...As  palavras  que não pude te dizer  ...as verdades  que jamais  ousei  te revelar...De  nada adiantaria  falar o que sinto  a ouvidos  que não  me querem ouvir ...Falar  para quem em nada  se importa comigo... Ontem talvez eu devesse ter dito  ...despejado de uma  vez e deixado  o tempo se encarregar da cicatrização .
      Cada  vez que decido  falar a ti  ...tudo  que vai aqui dentro   algo  acontece  ...ou  me  dizes  coisas  que me fazem recuar...talvez seja melhor  assim .M e calar  e deixar  os dias  correrem ,as águas seguirem seu rumo . E o tempo vai curando  as dores  e os sorrisos  acalmando  meu viver ...Tudo  que sinto  aqui  agora  talvez passe logo  , ou demore ...mas há  de  passar ...
           Acho  que  hoje  ,  quando a noite chegar  ...vou me trancar no meu quarto  , no meu mundinho  ...pegar  uma das  mais belas  folhas da minha coleção de papéis de carta  e escrever  ...Escreverei  uma  carta longa  endereçada a  ti  , cheia de sentimentos manuscritos ...talvez  um ou  alguns pedidos de desculpas ...muito certamente  várias explicações ...revelarei tudo que sinto  sem  o menor dos medos ou receios ...Talvez  em algum  instante eu pare , respire fundo  e ate mesmo impeça alguma lágrima de cair  . E  quando  tudo  ali  eu houver  escrito  ,  por fim  assinarei ...
    Dobrarei  o papel  de um jeito bem delicado e especial , talvez eu  perfume-o  com minha  fragrância  preferida  e o colocarei  em um envelope ...Não um envelope colorido  feito os que costumo usar ,mas um envelope branco  como  a caixa  onde encerro  minhas lembranças...talvez eu até pense  em mandar  te entregar a carta  amanhã ...O sono  vai chegar  , adormecerei  e sonharei  contigo dizendo  que  tudo me é recíproco ...Abraçaremos-nos , nos beijaremos  e  no mais belo dos  instantes  juntos  eu acordarei...Verei a carta  no envelope lacrado na minha mesa de cabeceira ...levantarei  , usarei  um banquinho  pra alcançar  a  prateleira  mais  alta  ...segurarei a caixa com cuidado  e abrindo-a  sobre  a cama colocarei lá o envelope  com o teu nome...Devolverei –a  ao mesmo lugar ... E darei  continuidade ao meu dia ...
       Lá , na caixa  branca  , na mais alta das prateleiras estarão encerradas  minhas lembranças  e todos os sentimentos que tenho por ti ...com o tempo ...espero  ...que  a carta  que nunca vou te entregar  seja também  , um dia , só uma lembrança  desfocada num dia de nostalgia.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Final de Semana(lembranças)


Terça-feira doce e encantadora. Cheia de lembranças de um final de semana agitado. Pintado de muitas cores, repleto de sorrisos, dança, música e muita coisa boa... Festas, conversas, encontros, comida, bebida... E como tudo na vida tem seu lado “ruim”, pisadas de bola, burradas, atitudes impensadas... Coisas que não deveriam ter sido feitas ou ditas... Nada é mesmo perfeito no mundo. Lembranças de uma segunda-feira de comemorações de aniversários...
     Mais uma vez estivemos em companhia um do outro. Sexta, sábado, domingo... Mais vezes rimos juntos... Dançamos, bebemos , conversamos, tudo tão bom como tem sido... Um cuidando do outro... Entendendo, aceitando , perdoando... Fortalecemos cada vez mais nossos laços... Nosso sentir mútuo e verdadeiro...
      Diante dessa tela de computador, me sinto leve... Cheia de decisões a tomar, de opções a excluir ou rever, mas leve, placidamente à vontade com tudo... A maior das decisões eu tomei muito tempo atrás: Ser Feliz.
      No mais tudo será conseqüência, será adjunto...  Estou vivendo a maior das paixões. Aprendi o maior dos amores. È no meu reflexo no espelho que vejo o ser humano mais importante da minha vida agora. Pra quem dedicarei o melhor de mim, o meu amor, minha atenção... Só me fazendo muito bem poderei depois fazer bem ao outro...
  Tantas coisas eu poderia ter dito... Revelado sentimentos... Questionado frases pronunciadas... Na verdade sinto ter dito mais do que o necessário. O meu silêncio era muito mais do que merecias de mim... Tanto cinismo, egoísmo. Pra quê?!?! Pra satisfazer caprichos fúteis? Pra alimentar um ego corrompido pela ilusão de superioridade? Pra provar pros outros alguma coisa? Ou provar pra si mesmo? Tão vazio és... Tão cheio de vento e presunção... Tão cheio de si mesmo... Tão repleto de narcisismo...
     Deduzir o outro através da própria personalidade deturpada por valores insólitos, talvez seja o maior dos erros... Acreditar que o outro pensa da mesma maneira; que mente na mesma intensidade; que debocha da mesma forma... Maior dos enganos... Rir do outro em sua ausência, por achar ter sido mais esperto... Quanta inocência... A vida cobra e rir por último será sempre privilégio do que foram “usados” outrora...
       No fim o que me sobrou foi o melhor de tudo: consciência tranqüila, amigos maravilhosos, a companhia mais especial do mundo, paz de espírito, um final de semana maravilhoso (apesar de tudo)... E a certeza de que por nada no mundo eu me venderia...  Quero algo mais? Calei verdadeiros sentimentos?Não acreditei em nada do que ouvi? Defendo-me exageradamente?Fui grossa, acusadora, irritante? De nada me servem opiniões dos que nada sabem a meu respeito. Que me julgam a partir dos seus padrões... Só os que me amam, que se importam comigo e com o que sinto podem me definir... Descrever-me... Só os que me conhecem parcial ou profundamente entenderão o que trago aqui dentro.
    E não importa quanto tempo eu demorei, a distância que andei, com quem estive... Bastou precisar de ti... Estavas lá a minha espera... Pra me buscar, pra cuidar de mim... Proteger-me, apoiar, entender, perdoar... Deixar-me novamente azul...